Bibliowiki:Porquê quantificar a ficção?
Esta página explica quais as nossas razões para quantificar a ficção curta e para a subdividirmos em tipos. Para saber como o fazemos consulte esta página.
Um dos motivos para o fazermos, temos de admiti-lo, é toda a gente o fazer. Nem que seja ao nível mais básico de separar o que é "romance" do que é "conto", o que é "prosa" do que é "poesia", o que é "ficção" do que é "não-ficção", todas as pessoas de algum modo envolvidas no processo literário, seja em que condição for, acabam por categorizar a literatura com que tomam contacto. Porque faz parte da mais profunda natureza humana agrupar aquilo que nos rodeia em grandes grupos com algumas características em comum, porque é assim que pensamos, porque nos é útil assim agir.
Algumas das subdivisões assim criadas têm a ver com a estrutura. Há, até, quem considere que o tamanho é irrelevante, e que tudo se deve resumir à estrutura. É legítimo pensar assim, mas para avaliar a estrutura da obra X é necessário lê-la, e num site com estas características, que pretende reunir informação bibliográfica sobre milhares de obras, é impossível seja a quem for lê-las a todas. Isto faz com que seja inviável usarmos a estrutura para subcategorizar as obras que listamos, o que só deixa disponível o tamanho.
Os limites que usamos são aqueles que foram internacionalmente estabelecidos há muitos anos no âmbito da literatura de ficção científica e fantástica, aos quais acrescem mais alguns. Porquê? Respondemos com outra pergunta: para quê reinventar a roda? Assim, algo que é noveleta quando publicado em inglês também o será, em princípio, quando publicado em português. E vice-versa. A correspondência não é total, visto que as línguas expressam as mesmas ideias em palavras e conjuntos de palavras diferentes, mas é suficientemente próxima para na maioria dos casos não fazer diferença em termos de categorização. E assim, se Fulano andar à procura da novela xis de Sicrano de Tal, fácil se torna para ele encontrá-la nas nossas listas, mesmo que Sicrano de Tal seja um autor muito prolífico e a sua lista de publicações seja particularmente extensa.
Foi também essa categorização que nos permitiu criar o índice de relevância dos ficcionistas que, apesar de todas as limitações que tem, nos parece ser um instrumento com alguma utilidade (que tende a aumentar à medida que este site se for tornando menos incompleto).
É essa categorização que nos permite, com um simples olhar, saber se o autor X é mais contista ou mais romancista, se é mais adepto de ficções ultra-curtas ou de contos mais longos, etc.
É essa categorização que permite a um leitor que prefira, por exemplo, as ficções mais curtas de um dado autor, saber quais elas são e onde estão publicadas. Auxilia este tipo de pesquisa, que sem ela seria muito mais penosa ou até mesmo impossível.
É essa categorização que permite ter uma ideia concreta sobre o que há de facto para ler em coletâneas, antologias e revistas, particularmente se a quantificação for feita através de um método fiável, e mesmo na ausência de informação sobre formato (que nós não fornecemos) ou número de páginas (que fornecemos para os livros mas não para as revistas), ilustrações, etc. Um livro que se sabe composto por 10 contos curtos é bastante diferente de um livro composto por 10 noveletas. Não é necessariamente melhor ou pior, mas de certeza que tem muito menos para ler. E pode ter um número de páginas muito semelhante.
E por isso, procuramos quantificar a ficção que listamos no wiki. Nem sempre conseguimos, e temos uma lista demasiado longa de ficção curta não quantificada. Uma das formas de nos ajudar é fornecendo-nos informação que permita quantificar essa ficção não quantificada. Ou aprender a quantificá-la pessoalmente.